30 abril 2008

confissões de uma noite crítica

Ok, confesso: já tinha saudades.Tinha saudades de toda esta adrenalina, de todo o dinamismo que se cria, do stress, da vontade de arrancar cabelos, pisar cabeças, chamar nomes aos outros para, no fim, sair com a consciência tranquila e a anestesiante sensação de dever cumprido.
A semana passada tivemos um fecho de edição complicado. Para além do semanário de 40 páginas, o POSTAL do ALGARVE lançou um novo caderno destinado ao ensino superior e ao mundo académico, sob o nome de FRA.
Um director, um editor, um paginador, um director de marketing e uma jornalista. Fechados numa sala. Em conflito absoluto. A orientar as linhas que marcariam o lançamento do novo projecto.
Trabalhámos quase 30 horas de seguida. Gritámos. Dissémos piadas. Quase amuámos. Não parámos um minuto.
Bebemos garrafas de Coca-Cola. Embriagámo-nos com litros de café. Aspirámos o fumo de dezenas de cigarros.
Mas conseguimos. O POSTAL e o FRA seguiram para a gráfica no tempo devido. E dos olhos cansados lançámos um brilho excitante. E dos lábios dormentes ecoou um sorriso rasgado e o agradecimento mútuo à grande equipa que juntos compomos.
Sim, confesso que já tinha saudades de dois dias e uma noite assim. 30 horas dão para muita coisa. E tudo o que dizemos sem pensar, e todos os gestos que largamos de cansaço, são compensados pelas sinergias que se criam e pelo espírito de companheirismo e entreajuda que, naturalmente, acabam por surgir.

27 abril 2008

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E lá se passou mais um fim-de-semana.
Rever os cromos do costume e recordar caminhadas (e loucuras) de outros dias.
Usufruir de um jantar regado a memórias e animação.
Entrar na Ovibeja e beber cerveja em série (sim, tipo fonte, para manter o copo sempre cheio).
Derrotar alguns idiotas nos matraquilhos.
Ouvir de longe os Xutos (que parecem manter um contrato vitalício com a organização).
Encontrar toda a gente que não me apetece encontrar.
Reconhecer pessoas que o tempo apagou da minha história. E ouvir repetidamente "Epá, tás tão diferente!".
Tropeçar vezes sem conta em pernas alheias.
Comer farturas.
Provar queijos e enchidos.
Comprar pão e afins.
E regatear o preço de tranquitanas.
Hum... estes momentos de ócio são o sonho de qualquer pessoa.

24 abril 2008

aos cromos do costume

Sim, vocês, gajos e gajas de sempre. Pepina, Trevo, GrimReaper, Charles, Raspelho, Mesquita, Paulo Rosário e afins.
À semelhança do que tem vindo a acontecer em anos anteriores a Ovibeja está aí. Vai mais uma jantarada antes de nos lançarmos no recinto das Ovinoites?
Sim? Não? Talvez?
Próximo sábado, num sítio qualquer à escolha, nessa grande capital.
Quem quiser ir que se acuse para o meu telemóvel o mais rápido possível. Os não convidados podem aparecer na mesma.
PS- Filipe:
Ponto 1 - há quem leve umas gajas para te apresentar;
Ponto 2 - ficas encarregue de marcar o restaurante (daqueles very tipical);
Ponto 3 - convém marcares mesmo e não fazeres como da última vez.

22 abril 2008

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Mudei-me. Mudei de habitação. Há já algum tempo. Mas só agora me apeteceu falar nisso.
Mudei o poiso de mim mesma - rapariguinha citadina, habituada a palmilhar as ruas da cidade repletas de gente e de luz - para me deixar engolir pelo silêncio quase inquietante do campo.
O lado bom: só vejo pessoas quando me apetece, não tenho visitas quando não quero porque ninguém sabe como lá chegar, e de ruído só ouço os galos que teimam em sofrer de insónias.
O lado mau: não vejo pessoas nem embirro com elas, não há cafés onde me abrigar em noites de vagabundagens, e para me manter dentro do mundo tenho de percorrer dois quilómetros de carro para chegar a qualquer lado que não é mais do que uma aldeola aparentemente perdida num espaço ainda em desenvolvimento.
O lado chato: por trás de casa não há luz, o que significa que todas as noites me roço pelas paredes à procura da entrada.
O lado irritante: esqueço-me sempre que agora moro no campo, ou seja, cada vez que saio do carro, atolo as botas em poças de lama.
O lado nem bom nem mau: quando chove encontro sapos a saltitar junto à porta e a minha cadela a olhar estupidamente para eles.
E, já agora, o meu obrigado ao Sérgio por me ter oferecido a fotografia que compõe a primeira peça colocada nas paredes da minha nova habitação.

18 abril 2008

relatos de um dia cão

Pois, deixei que Jose Gonzalez me entrasse pelos ouvidos para me manter alheia a um fim de dia de trabalho repleto de adrenalina, stress e os gritos a que as quartas-feiras já me habituaram. E, por momentos, consegui.
Depois, saio redacção fora, contente por ir chegar a casa antes das oito da noite.
Mas, como não há bela sem senão, quando ia com os vidros do carro abertos, a música alta e a minha voz de rouxinol a cantar por cima da música, heis que me apercebo da perseguição que uma mota da polícia me vinha a fazer. E para deixar de ter a mania de me armar em engraçadinha, lá desembolsei uma coima de 24, 96 euros.
E lá fui para casa, desta vez sem música alta e muito atenta aos sinais de trânsito. Desolada por, mais uma vez, não conseguir ver o pôr-do-sol do terraço da minha habitação.

16 abril 2008

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E a banda sonora de hoje é Jose Gonzalez com In Our Nature.
É só para aliviar o stressezinho de um dia de trabalho cão.

15 abril 2008

old stories

Ups… vou ter de contar. Ups… não consigo deixar de relevar. Mas shiuuu… é um segredo. Parece que, afinal, ainda mantenho laivos de arruaceira. Então não é que me continuo a perder por um bom confronto, que ainda me dá algum prazer mostrar o meu ar mais arrogante e mandar calar quem me enfrenta?!
- Ói, baixas a voz quando falas comigo - sussurrei-lhe.
E a rapariguinha, no cimo dos seus saltos, baixou não só a voz como também o olhar.
- E calas-te quando estou a falar.
E ela calou-se.
E entretanto lá continuei a olhar a desgraçada com a minha pseudo pose de superioridade (que não tenho, mas que finjo ter nestas alturas) e a explicar-lhe em breves palavras a razão do meu desagrado.
E lá continuei a fumar pausadamente o meu cigarro e a lançar-lhe bolas de fumo para a cara (que nada têm de sensual, diga-se de passagem).
Estava de saída, mas só para poder apreciar o nervosismo de outrém, fiquei mais um pouco. E não vou mentir. Sim, deu-me prazer. Deu-me algum prazer. E até fui trabalhar a seguir toda contente.
Só mais tarde me lembrei que talvez a rapariguinha não tenha captado a mensagem. Acho que, para a próxima, vou ter de falar ainda mais lentamente.

11 abril 2008

A xaga continua!

Apesar dos atentados bombistas e do grande aparato policial que se formou junto à Sociedade Recreativa Olhanense, eles não desistem e a xaga continua!
A GORDA volta a apresentar hoje e amanhã, pelas 21h50, o épico BAILARINAS E PÉZINHES d'XUMBE II - a xaga continua!
Apareçam. Em troca do preço dos bilhetes, o grupo oferece tomates maduros. Vai valer a pena!

08 abril 2008

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Gosto de conduzir.
Gosto de conduzir sozinha.
Gosto de conduzir sozinha noite dentro.
Gosto de conduzir sozinha, noite dentro, quando a chuva parece arrastar consigo todas as minhas inquietações.
Gosto de conduzir sozinha, noite dentro, quando a chuva parece arrastar consigo todas as minhas inquietações, por caminhos que não sei onde me levam.
E foi o que fiz ontem à noite. Com Cat Power como banda sonora.
Só quando me perco nas estradas que não conheço, como também aconteceu ontem, e o gasóleo se prepara para chegar ao fim, é que não gosto de conduzir sozinha, noite dentro, quando a chuva parece arrastar consigo todas as minhas inquietações, por caminhos que não sei onde me levam.
Como tudo o resto, também as vagabundagens têm prós e contras.

07 abril 2008

Bailarinas e Pezinhes d'Xumbe II - a xaga continua!

Ninguém lhes pediu mas eles estão de volta:
o encenador, que tirou um curso intensivo de três meses, comprou um lenço, e um cachimbo e prantes; o russo, que teima em ser o zorro; e as bailarinas do costume.
Depois da encenação do épico Romeu e Julieta - essa pérola histórica do historial olhanense - em que se prova que Romeu e Julieta eram de Olhão (ele, filho de pescadores e ela filha dos dones da fébrecas) e que, por viverem um amor impossível, fugiram, para ficar juntos, numa traineira para Marrocos -, eles voltaram com mais uma encenação maravilhosa, benita... de outra história de Olhão - a história da Branca de Neve, narcida e batizada em Olhão...
Qu'essa é qué a verdade verdadinha que tá escrite dos livres!
Quinta/10, sexta/11, sábado/12, pelas 21h50, na Sociedade Recreativa Olhanense.

04 abril 2008

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Obrigado pelas entradas.
Obrigado pela massinha de peixe.
Obrigado pelo(s) copo(s) de vinho.
Obrigado pelo pão caseiro.
Obrigado pela decoração.
Obrigado pelo ambiente.
Obrigado pelas horas de conversa.
Obrigado por me teres aliviado da alma um dia de doze horas de trabalho e três de sono mal dormido.